Dentro da busca por objetos nos centros comerciais populares de São Paulo, encontrei uma leva de chuteiras de cravo — aquelas para gramado — em brechós do Brás e da Lapa. Marcas como a Finta e a Dray, criadas nos anos 1980 e 1990 para atender jogadores amadores e profissionais, foram as mais presentes nesse encontro.

A partir dessas peças, iniciei um processo de ressignificação: solas novas foram adquiridas em uma loja especializada, trazendo algumas de tênis populares e marcados culturalmente, como Air Jordan, Air Force, e outras mais tradicionais, como a Uirapuru, com acabamento tratorado. Junto a um sapateiro, substituímos os cravos originais.

Cada intervenção altera a função e a forma das chuteiras, oferecendo novas possibilidades de uso e interpretação para objetos esportivos cotidianos.